A Delphi Automotive foi dividida em duas empresas e, deste processo de cisão, surgiram a Delphi Technologies e a Aptiv. A primeira foca no segmento de veículos de passeio e comerciais equipados com motores de combustão interna, assim como o mercado de originais, aftermarket e eletrificação. Já a Aptiv produz itens de segurança ativa, componentes para veículos autônomos e carros conectados. Segundo a empresa, o nome entrega conhecimento para transformar o futuro em real. As novas marcas Aptiv e Delphi Technologies foram anunciadas durante o Dia do Investidor em Boston no mês de setembro do ano passado, com apresentação na feira Consumer Eletronics Show (CES), em janeiro deste ano. Para saber mais sobre este processo e o que vem por aí, falamos com o executivo Amaury Oliveira, diretor executivo de Aftermarket para a América do Sul.
Revista O Mecânico: Como foi o processo de separação da Delphi Automotive?
Amaury Oliveira: A Delphi Automotive vinha em processo de crescimento de tamanho e de valorização na bolsa de valores de Nova Iorque (New York Stock Exchange – NYSE). Desta forma, a empresa expandiu ao conquistar novos negócios. O processo de separação das empresas está totalmente concluído e, agora, surgem duas companhias. Ao contrário do que previam as especulações após a repartição das empresas, não houve uma diluição/diminuição no preço das ações na bolsa de valores. Ao contrário, esse novo cenário trouxe uma valorização no preço dos papéis.
O Mecânico: Em quais áreas a Aptiv e a Delphi Technologies atuam?
Amaury Oliveira: São duas instituições totalmente separadas. Não existe um Grupo Delphi, mas sim duas organizações totalmente independentes inclusive no desenvolvimento de tecnologias. A Aptiv ficou responsável pelo ramo de carros autônomos e mobilidade (motores elétricos, híbridos e alta eficiência), assim como foca em software, integração e chicotes para carros autônomos. Já a Delphi passou a se chamar Delphi Technologies. Uma companhia de tecnologia que atua tanto no mercado de originais quanto no mercado de reposição.
O Mecânico: Existem lançamentos programados para o Brasil?
Amaury Oliveira: Estamos realizando um trabalho focado em gerenciamento de motores diesel. Sendo assim, um complemento do nosso portfólio no mercado de reposição. Entre os produtos estão bombas de combustível, sensores, velas e bobinas. Todos os meses iremos lançar um novo produto. Como falado anteriormente, a Aptiv ficará responsável pelo mercado de carros autônomos/mobilidade e, para esse segmento, teremos os sistemas de gerenciamento de alta pressão.
O Mecânico: E sobre o mercado de reposição brasileiro?
Amaury Oliveira: Este é um segmento muito positivo para a empresa. O mercado de reposição independente é uma grata surpresa e não podemos reclamar deste segmento. O Brasil é uma terra de oportunidades. Estamos muito positivos com o país, assim como o mercado latino-americano, embora o cenário econômico do Brasil seja incerto.
O Mecânico: Qual a importância do mecânico independente para a Delphi?
Amaury Oliveira: Temos uma longa tradição de ser uma empresa muito próxima do mecânico independente. Valorizo muito esse profissional mais do que qualquer outro dentro da cadeia. É muito gratificante e confortável ajudar o mecânico. Por isso, para ajudar no processo de formação do profissional estamos inaugurando uma escola técnica em Piracicaba, no interior de São Paulo.
O Mecânico: Como funcionará a nova escola técnica?
Amaury Oliveira: A escola técnica foi inaugurada recentemente e qualquer pessoa pode ingressar. O processo de inscrição é descomplicado e pode ser realizado de diversas maneiras: site, telefone ou no próprio varejo. A grade oferecida é muito dinâmica e oferecemos cursos de uma semana ou quinze dias. Nesta primeira fase, são cursos de formação específica e de extensão destinado às pessoas que já atuam no mercado. Para transmitir mais conhecimento, temos parcerias com o Senai e a Apae, além de promover uma maior integração com a comunidade e ajudar o público entre 16 e 18 anos. Além disso, também temos centros de tecnologia em São Caetano do Sul (SP) e Piracicaba (SP) dotados de laboratórios e dinamômetro.